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Sempre gostei de
acessórios que marcassem a diferença. E quando lá fora descobri acessórios em
vinil, numa loja de arte, fiquei absolutamente fascinada… Mas tudo vendido a
preços altamente proibitivos!! Mais tarde, na Internet, procurei por algo que
eu gostasse e que fosse acessível, mas como “tenho olho pr’á coisa”, tudo o que
eu gostava mesmo ou era caríssimo, ou tinha uma ou outra coisa que eu não
apreciava particularmente, ou o vinil não era o ideal… Para além de que viria
de longe e os portes de envio disparavam sempre! Observei e pensei… Com alguma
paciência, se calhar consigo fazer algo do género, mesmo ao meu gosto. E as
ideias começaram a inundar a minha cabeça - tinha mesmo de conseguir! A ideia
inicial era fazer algo só para mim, e assim o fiz. E não demorou muito tempo
até me começarem a perguntar “onde é que arranjaste isso? Isso são discos a
sério??” etc… - bastou-me sair à rua!
Voltando agora ao início - pedi a máquina de costura
emprestada à minha mãe e, depois de me lembrar de como funcionava, treinei um
pouco utilizando tecidos de roupas velhas e restos que tinha por casa. Só para
entrar no ritmo :) Não foi difícil começar a coser fechos, fazer baínhas,
cortar moldes, descobrir quais as linhas e tecidos mais adequados, montar
alças, pregar botões, e por fim, obter uma estrutura de mala que tivesse as
dimensões e a robustez necessárias para passar à fase do vinil! A outra parte
gira foi descobrir ONDE comprar materiais. Poderia comprar muita coisa pela
internet, mas gosto de pegar, de sentir os tecidos, testar os fechos e as linhas,
ver tudo ao vivo e a cores… Mas ainda tenho de investigar mais, pois as lojas
de tecidos e retrosarias da Baixa Lisboeta e de Almada deixam um pouco a desejar, em
especial na parte dos tecidos. Ou talvez eu não tenha ido aos sítios certos. Ainda hei de dissertar sobre isso em outro
post!!
Entretanto andei a
aventurar-me com os vinis. Mas não, não usei os meus nem dos meus pais: os vinis
antigos vieram de uma lendária loja de discos de Lisboa e arredores, que
pertence a dois amigos - a Glam-o-Rama
Rock Shop, mas para quem “ainda é do meu tempo”, não é nada mais nada
menos que a Carbono da Amadora! E para aqueles que se interrogam sobre a
destruição de materiais potencialmente colecionáveis e raros, não tenham
receios: há toneladas e toneladas de vinil que ninguém quer, a ganhar pó. Neste
momento, não há mercado para absorver tanta coisa, mesmo aqueles que até têm
algum valor. Por isso, por que não transformá-los em algo bonito, e colocá-los
de novo em circulação? Sempre é melhor que ficarem fechados numa cave, ou “pior”:
serem derretidos para reciclagem. E digo pior entre aspas porque reciclar é bom.
Mas neste caso, para quê reciclar se os vinis podem ser reutilizados? :)
Mas, adiante… Surgiu-me
um novo desafio: trabalhar o vinil. Esta parte foi a mais complicada. O vinil é
um material plástico que é muito duro e resistente e não tem um comportamento
dúctil - se o tentarmos cortar, dobrar ou furar, ele simplesmente parte!
Aplicando calor, esse comportamento é atenuado… mas com calor demais fica
ondulado, e nós não queremos isso! Queremos vinis planos, brilhantes, sem
riscos e sem rachas!! Mas depois de diversas idas a lojas de bricolage e
drogarias, e de muuuita tentativa e erro, consegui alterá-los e ainda assim mantê-los planos, sem riscos
e sem rachas :) Não foi fácil, e de vez em quando ainda faço novas experiências
com diferentes métodos para ver se o resultado é melhor, demorando menos tempo
ou com menos dificuldade, mas até agora tenho obtido resultados semelhantes.
E foi assim que consegui
fazer a minha 1ª mala de vinil, com discos das “Estorinhas de Walt Disney” de 1975, que uso praticamente todos os dias.
É a que está nas fotos do final deste post. A primeiríssima!
Back to the beginning - I asked my mom to
lend me her sewing machine and after recalling how it worked, I started
practicing on old clothes and fabric scraps. Just to get in the mood :) I soon
started drawing patterns to cut fabric, sewing zippers, hems, buttons, casings
and straps (still need to update my english sewing vocabulary!), and at last I
came up with a bag structure which was pretty and strong enough to pass to the
vinyl stage! The other fun part in all this was: WHERE to buy all the supplies.
I know I can buy amazing stuff on the internet, but I wanted to hold and feel
the fabrics, test the zippers and threads, all “live & clear”... I must say
that the shops in downtown Lisbon and Almada don’t quite satisfy all my needs,
especially in terms of fabrics. Or maybe I didn't go to the right places. But
I’ll leave that to another post!
Meanwhile I had also been playing with the
vinyl records. Needless to say, I didn’t ruin mine or my parents’ records to do
so: the old vinyls came from the famous and long-known record shop Glam-o-Rama
- for those of my generation, this is the new name of the Carbono Amadora shop!
And about the “destruction” of potentially collectable or valuable records:
there’s no need to worry. There are tonnes and tonnes of vinyl records that no
one wants, forgotten in dark basements. In Portugal, at the moment there is no
market to deal with so many records, even for those with some value - there
would be no profit. So why not turning them into beautiful pieces and putting
them “back on the road”? It is better than leaving them in a basement or
“worse”: melting them for recycling! “Worse” is between quotes, as we all know
that recycling is a good thing. But in this case why recycle if records can be
reused, or as I read somewhere, upcycled?
Moving on... There was a new challenge
ahead of me: working the vinyl. This was the most difficult part. Vinyl is a
very hard and resistant kind of plastic and doesn’t have a ductile behaviour -
if we try to cut, bend or drill it, it just snaps and breaks! If we add a bit
of heat, this behaviour attenuates. but at a certain point, the record warps
and gets wavy - and we really don’t want that. We want nice, shiny, flat,
scratchless and crackless vinyl records! Ater paying some visits to a few
drugstores and a lot of trial-and-error, I finally ended up with worked, shiny,
flat, scratchless and crackless vinyl records :) It wasn’t easy, and from time
to time I still try new methods to see if the result is better, if it takes
less time or if it’s easier, but so far I keep getting very similar results.
And that’s how I made my first vinyl bag
with records from “The Walt Disney stories”, 1975, which I use pretty much
every day. Here it is:
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